segunda-feira

A infinita capacidade do brasileiro



                 Lembro de ter lido um texto com o título acima quando eu estava na antiga 5ª série do primeiro grau. Lembro-me que era um texto que nos enchia de otimismo, que apontava para um futuro promissor, longe das garras cruéis da Ditadura Militar, recém encerrada.
                Hoje, vinte e cinco anos depois, percebo que a única capacidade aparentemente infinita do povo brasileiro é de fazer merda. Sim, merda. Não me desculpo pelo uso da palavra chula.
                Estou cansado de ler textos que exaltam o povo brasileiro, como honesto, trabalhador, gentil e outros adjetivos igualmente fofinhos. O fato é que somos um povo pobre. Pobre em educação, cultura, pobre espiritualmente, enfim, pobre.
                Nosso povo suja o chão com papeis e latas de bebidas; urina na rua; avança o sinal de transito; fala mal o seu próprio idioma; troca seus votos por dentaduras, chinelos e tijolos; “mexe” com senhoras que andam pelas ruas; não conhece a sua própria história, nem a história mundial; acha que Sócrates foi só um jogador do Corinthians; não conhece o direito romano e nem a filosofia grega; gosta de funk, rebolation e pagode; enriquece pastores “evangélicos” claramente escroques. Nosso povo acha que desfilar nú no carnaval é cultura. Nosso povo não lê jornais com preços acima de 50 centavos que não tenham mulheres semi-nuas na capa, e acha que sucesso é ser BBB e posar para a playboy. Este é o verdadeiro povo brasileiro, sem a demagogia dos políticos e o lirismo dos poetas.
                Não sou um pessimista, mas também não sou utópico. Sei quem sou e de onde vim. Sou parte de um povo aonde a ética, a moral, e a honradez, são luxo raríssimo.  Aqui no Brasil, não se lê clássicos e não se ouve clássicos, os clássicos são assistidos. Teatro? Balé? Ópera? Não, amigo, no Maracanã aos domingos.
                Será que ninguém cansa de viver no país da lei de Gerson, aonde florescem os ditados como “Farinha pouca. Meu pirão primeiro”, “Mateus, primeiro os teus”?
                Ao contrário do que dizem, nossos governantes representam muito bem o povo brasileiro. Aliás, é a sua cópia fiel, e por isso nutro poucas esperanças de não ver um novo governo do PT. 


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