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Ah, bom! Então agora entendo melhor o propósito do livro. Eu até havia escrito, com alguma ironia, que o combate de seu livro à norma culta era o correspondente lingüístico ao combate à heteronormatividade. Mas vejo agora que é o contrário! O livro “Por Uma vida Melhor”, na verdade, busca deixar mais confortáveis os jovens heterossexuais. Assim, a heterodoxia gramatical de Heloísa Ramos daria um suporte acadêmico para a heteronormatividade, e a gramática é que estaria, assim, mais próxima da coisa homoafetiva, pelo menos nas tais comunidades populares, né?
No Globo Online, Heloísa teve um chilique. Reclamou que todo mundo dá pitaco em educação. Afirmou que isso é coisa para especialistas… Ah, bom! A autora fica macaqueando a suposta língua do povo para demonstrar o respeito que teria pela cultura e pela verdade populares, mas, quando contestada, sobe na torre de marfim e grita: “Não me toquem! Eu sou especialista!”.
Conhece, professora Heloísa, a expressão bem popular “Uma Ova!”? Então… Uma ova! Vai ter de se explicar, sim! Eu continuo esperando que a valente me diga em que situação o erro é mais adequado do que o acerto. Seu livro sustenta essa possibilidade. Segundo a outra defensora do livro, na entrevista concedida à CBN, só há uma: cumpre falar errado para não ficar com fama de bicha!
Não é impressionante que a gente tenha de debater uma questão como essa no Brasil?
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