13/12/2010 às 21:45 \ Direto ao Ponto
Primeiro relator do Orçamento de 2011, o senador Gim Argello deixou o cargo em 7 de dezembro ─ antes que chegasse o camburão. Na edição do dia 5, o Estadão informou que o parlamentar do PTB de Brasília (e conselheiro de Dilma Rousseff) era o autor de emendas forjadas para favorecer entidades fantasmas e ONGs dirigidas por amigos ou agregados. A tunga não ficou por menos de R$ 4,5 milhões. Numa chorosa carta de despedida, Argello debitou a delinquência na conta de conspirações urdidas por adversários políticos e afastou-se do cenário do crime.
Indicada  para substituí-lo, a senadora Ideli Salvatti, do PT de Santa Catarina,  não completou 36 horas no cargo. Deixou-o em 9 de dezembro, uma  quinta-feira, quando foi escolhida por Dilma Rousseff para servir à  pátria no Ministério da Pesca. O novo emprego serviu-lhe de pretexto  para sumir do Congresso antes que alguém chamasse o camburão: três dias  mais tarde, o Estadão revelou  que, nos orçamentos de 2009, 2010 e 2011, a relatora substituta  destinara R$ 1,25 milhão de sua cota de emendas a cinco entidades  catarinenses exploradas por companheiros do PT (quatro) e do PRB (uma).
Habitualmente  ruidosa, Ideli preferiu sair à francesa. Não escreveu cartas de  despedida, não tentou berrar explicações, nem transmitiu formalmente o  posto à senadora Serys Slhessarenko, do PT do Mato Grosso. A euforia da  companheira de sobrenome impronunciável, de saída do gabinete que a  hospedou por oito anos, prestes a despedir-se do Congresso, quase não  coube no twitter: “É isso mesmo, aceitei o desafio da relatoria do  orçamento 2011. A primeira mulher a ocupar a vaga. Mais um avanço para  nós, mulheres!!!”
Grávida  de contentamento, não viu o camburão virando a esquina. “Eu me senti  enganada, me senti traída”, acaba de informar à sucessora de Ideli, que  sucedeu Argello. É uma trinca e tanto. Na edição desta semana, VEJA  informou que Liane Maria Muhlenberg, 67 anos, assessora de Serys há  três, conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo – todos sem  licitação. Para embolsar a bolada, garantida por emendas apresentadas  por parlamentares do PT, Liane assinou uma declaração afirmando que os  dirigentes do Instituto de Pesquisa, Ação e Mobilização (Ipam) –  presidido por ela – “não são membros dos poderes Executivo e  Legislativo”.
Funcionária  do Senado desde 2007 (contratada por Serys), Liane foi transferida em  agosto (a pedido de Serys) para a equipe subordinada à 2ª  vice-presidência (ocupada por Serys). Mas a receptora do dinheiro  garante que a chefe é inocente. “Para tirar a senadora do foco”, pediu  demissão. Pretende enfrentar sozinha as consequências do pecado que diz  ter cometido por distração.
“Não  é justo que, por minha causa, ela fique numa situação embaraçosa”,  recitou  Liane. “Tenho certeza que só divulgaram essa história porque a  senadora é relatora do Orçamento. Não tem nada, nada e nada de ilegal”.  Roberto Freire, presidente do PPS e deputado federal eleito por São  Paulo, pediu nesta segunda-feira o afastamento de Serys. Ele acha que o  pedido de demissão da parceira não encerra o caso.
A  relatora acha que encerra. “Ela era uma pessoa que trabalhava em minha  assessoria e eu desconhecia que ela tivesse relação com qualquer  instituto”, alegou nesta tarde. “Eu nunca fiz nenhuma emenda para nenhum  instituto, e ela foi exonerada e ponto. Eu tenho que tratar agora é do  Orçamento”.  Serys acha que foi “enganada e traída”. Os brasileiros  decentes acham que são considerados idiotas pelos três relatores  delinquentes, pelos partidos que avalizaram seus nomes, pelos comparsas  que os protegem e pelos oposicionistas que não os tratam como casos de  polícia.
“O  governo deve ter algum senador com ficha limpa  para ser relator do  Orçamento”, acredita Roberto Freire. Se olhar a turma de perto, vai  descobrir que não sobrou nenhum.
Comento: Será que tem fim a corrupção do PT e da base aliada? 
Via: Cavaleiro do Templo.
Via: Cavaleiro do Templo.

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