Semana passada nós publicamos aqui a tradução de um artigo do News Real Blog a respeito de um "estudo" da Universidade do Havaí sobre a relação entre a da pornografia infantil e o abuso sexual de crianças. A conclusão absurda do pesquisador é que legalizar a primeira leva à redução do segundo.
Ao final da tradução, escrevemos uma breve nota dizendo que a normalização da pedofilia seguiria o mesmo caminho que a normalização da homofilia, começando com o aparecimento de estudos científicos fajutos alegando que este é um comportamento humano absoluamente natural.
Já tínhamos conhecimento das investigações pseudo-científicas de Alfred Kinsey a respeito da suposta sexualidade das crianças, tendo inclusive publicado uma tradução a respeito do assunto, feita a pedido do Júlio Severo.
O que não sabíamos e só descobrimos após o artigo sobre o estudo de araque da Universidade do Havaí é que a edição de verão do Journal of Sex Research de 1997 já havia publicado um artigo intitulado A Meta-Analytic Review of Findings from National Samples on Psychological Correlates of Child Sexual Abuse [Um exame meta-analítico das descobertas resultantes da amostragem nacional sobre os efeitos do abuso sexual infantil], da autoria Bruce Rind e Philip Tromovitch, em que os pesquisadores questionavam os "supostos" efeitos perniciosos do abuso sexual de crianças. Aí no ano seguinte, Rind, Tromovitch e Robert Bauserman publicaram um novo artigo, do tipo revisão por pares, baseado naquele anterior, na Psychological Bulletin, a publicação oficial da American Psychological Association, intitulado A Meta-Analytic Examination of Assumed Properties of Child Sexual Abuse Using College Samples [Um exame meta-analítico dos supostos efeitos do abuso sexual infantil usando amostragem das universidades].
Só para você ter uma idéia, o abstract do artigo é o seguinte:
Muitos leigos e profissionais acreditam que o abuso sexual infantil (ASI) causa um grande mal, independentemente do gênero, por toda a população em geral. Os autores examinaram 59 estudos baseados em amostras de universidades. Meta-análises revelaram que os estudantes com ASI eram, na média, levemente menos ajustados do que os controles. Entretanto, este desajuste não pode ser atribuído ao ASI, porque o ambiente familiar (AF) foi confundido consistentemente com o ASI, o AF explicou consideravelmente mais a disparidade de adaptação do que o ASI e as relações de adaptação envolvendo o ASI geralmente tornam-se insignificantes quando os estudos [são] controlados por AF. Reações e efeitos auto-relatados envolvendo o ASI indicaram que os efeitos negativos não são nem profundos nem tipicamente intensos, e que os homens regiram muito menos negativamente do que as mulheres. Os dados das universidades foram completamente consistentes com as amostragens nacionais. As crenças essenciais da população em geral sobre o ASI não foram confirmadas. [Destaque nosso]
O assunto gerou discussão nos círculos conservadores dos EU no ano seguinte e alguns esquerdistas (como estes sujeitos aqui e aqui) saíram em defesa do tal "estudo", alegando sua cientificidade e acusando de obscurantismo as pessoas que o viram com horror. Quem desencadeou este debate foi a radialista de talk show Laura Schlessinger, que dedicou alguns programas ao tema e escreveu um artigo sobre o caso na Perspective de junho de 1999. Abaixo, sua tradução.
- O Mal Entre Nós -
Laura Schlessinger: Tegenwitch, sem data
Original: Evil Among Us
Tradução: Dextra
Um novo estudo pseudo-científico tenta normalizar a pedofilia, alegando que o "sexo adulto-infantil" não é necessariamente uma coisa ruim. Este é o mais perigoso ataque contra nossos filhos, nossas famílias e nossas sociedade.
Continua...
Via Dextra
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